PT// 12 de Setembro. 21h
Música para Intérprete Substituto
é uma entidade musical bioengenheirada inovadora que explora a preservação do legado de um intérprete após a sua morte. Encomendada pela Bienal de Veneza em 2023, esta obra presta homenagem e expande a peça histórica “Music for Solo Performer” (1965) do lendário compositor Alvin Lucier, que utilizava as ondas cerebrais do compositor para gerar som através de instrumentos de percussão ressonantes.
Este projeto inovador resulta de uma colaboração que começou em 2020, quando os artistas conheceram Lucier. Lucier doou o seu sangue, que foi então transformado, utilizando biotecnologia, em redes neuronais vivas, cultivadas em interfaces especializadas numa placa de Petri – o ‘Cérebro In Vitro’ vivo de Lucier.
Os artistas conectaram então o ‘Cérebro In Vitro’ de Lucier aos mesmos instrumentos de percussão ressonantes (que ele usou em 1965), criando um substituto vivo para o falecido Lucier, permitindo que a sua essência cognitiva continue a atuar após a sua morte.
Este projeto, aprovado por Lucier antes do seu falecimento em 2021 e apoiado pela sua família, marca um feito inédito a nível mundial: um compositor falecido a tocar ao vivo após a morte através de uma agência biológica. O projeto desconstrói ainda mais o conceito de fisicalidade na performance ao remover completamente o intérprete humano.

13 de Setembro. 21h
cellF

cellF é o intérprete substituto de Guy Ben-Ary e também o primeiro sintetizador neural do mundo. O “cérebro” de cellF é composto por uma rede neuronal biológica de Ben-Ary, que cresce numa placa de Petri e controla em tempo real um conjunto de sintetizadores modulares analógicos, feitos sob medida para funcionar em sinergia com a rede neuronal. Trata-se de um instrumento completamente autónomo, orgânico e analógico.
Ben-Ary fez uma biópsia do seu braço, cultivou as células da sua pele e, usando a tecnologia de Células Estaminais Pluripotentes Induzidas, transformou-as em células estaminais e diferenciou-as em redes neuronais. Ele cultivou-as numa interface para se tornarem no seu ‘cérebro in-vitro’. Estas redes neuronais controlam os sintetizadores modulares em tempo real.
Músicos humanos são convidados a tocar com o cellF em espetáculos especiais e únicos. A música feita por humanos é enviada para os neurónios como estimulação, e os neurónios respondem controlando os sintetizadores analógicos; juntos, interpretam ao vivo peças sonoras pós-humanas, reflexivas e improvisadas. Em Lisboa, cellF tocará juntamente com Luiz Lopes – (https://www.luislopes.pt/), um guitarrista experimental/jazz.


EN// 2 performances by musicians that are not entirely human.

World renowned Australian artists, Guy Ben-Ary, Nathan Thompson, Darren Moore and Andrew Fitch perform in Lisbon 2 of their cutting edge biological and sound art performances Music for Surrogate Performer and cellF.

12th of September. 9pm
Music for Surrogate Performer 
is a groundbreaking bioengineered musical entity that explores the preservation of a performer’s legacy after death. Commissioned by the Venice Biennale in 2023, this work pays homage to and extends the legendary composer Alvin Lucier’s historical piece “Music for Solo Performer” (1965)  which used the composer’s brainwaves to generate sound through resonant percussive instruments. 
This innovative project stems from a collaboration that began in 2020 when the artists met Lucier. Lucier donated his blood, which was then transformed using biotechnology into living neural networks grown on specialized interfaces in a petri dish – Lucier’s living ‘In-Vitro Brain’. 
The artists then interfaced Lucier’s ‘In-Vitro Brain’ to the same resonant percussive instruments (that he used in 1965), creating a living proxy for the late Lucier, allowing his cognitive essence to continue performing after his death.
This project, endorsed by Lucier before his passing in 2021 and supported by his estate, marks a world first: a deceased composer playing live after death through biological agency. It further deconstructs the concept of physicality in performance by completely removing the human performer.

13th of September. 9pm
cellF
cellF is Guy Ben-Ary’s surrogate performer and also the world’s first neural synthesizer. cellF’s “brain” is made of a Ben-Ary’s biological neural network that grows in a Petri dish and controls in real time an array of analogue modular synthesizers that were custom made to work in synergy with the neural network. It is a completely autonomous, wet and analogue instrument.
Ben-Ary had a biopsy taken from his arm, grew his skin cells and then using Induced Pluripotent Stemcell technology, he transformed his skin cells into stem cells and differentiated them to neural networks. He grew them over an interface to become his ‘in-vitro’ brain. These neural networks control modular synthesizers in real time.
Human musicians are invited to play with cellF in special one-off shows. The human-made music is fed to the neurons as stimulation and the neurons respond by controlling the analogue synthesizers, and together they perform live, reflexive and improvised post human sound pieces.In Lisbon cellF will play together with Luiz Lopes – (https://www.luislopes.pt/), an experimental/Jazz guitar player.

BIO

PT// Guy Ben-Ary, Nathan Thompson, Darren Moore e Andrew Fitch são artistas residentes em Perth. Reconhecidos internacionalmente como grandes inovadores que trabalham nas ciências e nas artes mediáticas, especializados em obras de arte biotecnológicas que visam enriquecer a nossa compreensão do que significa estar vivo. Os seus trabalhos premiados foram exibidos em todo o mundo em locais de prestígio como Mona, Bienal de Veneza, Museu Mori, Ars Electronica e muito mais. Interessados ​​em saber como a arte tem o potencial de iniciar o debate público sobre os desafios decorrentes das vidas liminares que criam, eles desenvolvem obras de arte destinadas a problematizar a influência das biotecnologias emergentes nas forças mutáveis ​​que governam e determinam a vida, a morte e a senciência.

EN// Guy Ben-Ary, Nathan Thompson, Darren Moore and Andrew Fitch are Perth based artists. Recognised internationally as major innovators working across science and media arts, they specialise in biotechnological artworks which aim to enrich our understanding of what it means to be alive. Their award-winning works have been shown across the globe at prestigious venues such as Mona, the Venice Biennale, Mori Museum, Ars Electronica and more. Interested in how art has the potential to initiate public debate on the challenges arising from the liminal lives they create, they develop artworks designed to problematise emergent bio-technologies’ influence on the shifting forces that govern and determine life, death and sentience.

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